Sede em Ponta Grossa do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP).

Caminhe pelas marginais, literalmente

Quem passa pelas estradas que cruzam Ponta Grossa pode ter diferentes impressões, dependendo do sentido em que viaja e do humor do condutor. Outras impressões podem ser retiradas dos noticiários nos jornais impressos, programas de rádio e de TV. No entanto, as mais verdadeiras e honestas impressões que se pode ter de uma visita à Princesa dos Campos não estão no caminho à Vila Velha (agora privatizada e alvo de incêndios criminosos), mas sim nos bairros, nos confins da cidade, nos lugares até certo ponto desconhecidos. É através do Portal Comunitário que temos o desafio de descobrir tais impressões.

Os dois jornais impressos da cidade parecem fazer um noticiário cada vez mais distante da ‘vida real’ em Ponta Grossa. Não dá para contar nos dedos das duas mãos e dos dois pés as manchetes de domingo com porcentagens sem muito nexo, pesquisas eleitorais mais que duvidosas ou obras públicas com atraso intencional em ano de Eleições. Os programas de rádio ainda conseguem trazer ao ouvinte uma atmosfera mais próxima, mais viva mais humana, mesmo com algumas limitações. A TV parece só conhecer o caminho da Vicente Machado à Balduíno Taques. Os bairros só servem para a Telinha quando se encaixam no tal do ‘Boca no Trombone’, reclamação que fica por ela mesma, já que raramente o resultado é cobrado.

Um veículo online do Curso de Jornalismo, ministrado em uma Universidade Pública de qualidade, tem condições de ampliar tais panoramas. Sem as amarras econômicas e editoriais dos jornais, rádio e TVs, chega ao Portal Comunitário essa demanda. Em ano eleitoral, elas parecem ser ainda mais latentes e fortes. 2012 deverá ser o ano em que todos os candidatos e aspirantes a cargos públicos ouvirão a tudo e todos, para demonstrar disponibilidade e destreza às demandas sociais.

Como já disse Pedro Doria, já no título de seu texto: “O futuro é logo ali”. Mesmo que algumas autoridades do alto escalão do poder princesino hesitem em acreditar, as coisas mudam na cidade. Assim como as estruturas de uma grande gravadora não são mais necessárias para se produzir um Hit internacional, também não é mais necessário esperar informações só do ‘centro’. É preciso produzir informações para um público que não é atendido e que demonstra demanda. Para isso é preciso caminhar pelas marginais, conhecer outros lugares.